quarta-feira, 10 de novembro de 2010

(...)

Mona novamente parara para refletir sobre sua existência.
"Olho para os lados, não vejo ninguém. Olho para frente e não vejo nada. Olho para frente e só o que vejo é dor, caos e solidão."
Ela levara uma vida promíscua e vazia, regada a álcool e coberta pela fumaça que aspirara. Já havia sido amada, porém jamais aprendera a difícil arte da reciprocidade. Mona estava deveras perdida, sem chão, sem nada.
Foi quando olhou para o antigo armário de seu pai, tomado por cupins. Ali, encontrou sua esperança. Ela sabia, de fato, o que isso significava.
"As pessoas julgam. É o que melhor sabem fazer. Dizem que tudo é pecado, que tudo é imoral e errado. Pensam que rezando superficialmente num altar de igreja, serão absolvidas de suas falhas e, portanto, salvas. Mesmo sabendo que não merecem. As pessoas são merda."
Mona cerrou os olhos, respirou fundo e sorriu. Um sorriso profundo, sincero. Naquele momento soube como nunca antes o que queria. Ela estava realmente tranquila e feliz, em paz. Segurou a esperança e acalentou-a como um bebê. Riu, riu de alegria. Tornou a pegar em mãos sua esperança, apertou-a contra o peito, engatilhou-a e disparou. Ela estava finalmente salva.

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